Reflexiões a bote pronto sobre a victoria do Trump.
Vou-me tirar a piscina e fazer umhas reflexões para mim (e para quem queira lê-las) sobre o trunfo de Trump.
Como primeira reflexão cuido que esta vitoria significa o enterro da fase do que chamarei “globalização neoliberal” (que já durava, abofé!). EEUU vai-se atrincheirar no seu “quartel de inverno” para desde alí tratar de manter o máximo de poder mundial possível (Ganhou o capitalismo-nacionalista-USA contra o capitalismo-USA-mais-globalizador).
Vai potenciar o multi-lateralismo (ao jeito de aqueles “estados modernos europeus”, mas com o tamanho de grandes regiões económicas -USA, China, Rússia, África, Sul-américa…) onde todos iriam contra todos com alianças conjunturais. Pergunta: Que teriam que dizer os Brics? Qual o papel das já diversas alianças conjunturais de USA (OTAN, Aukus…)? Qual a reação da UE (é de suponher um afiançamento da “alternativa Draghi” (ou como se queira chamar ao capitalismo-nacionalista-europeu que propugna)?
Um mundo multilateral no que (como a maior parte do tempo nos estados modernos europeus) não haverá nengumha organização mundial ao mando (Realmente a ONU nunca tivo mando e é de prever que agora vai ter menos). Isto provocará um incremento da inseguridade mundial. (Compensado, pode que com creces, por um previsível menor intervencionismo ianqui).
Igual que nos estados modernos europeus cada região se organizará (dentro do que lhes deixem as outras, claro) ao seu jeito. Israel, por exemplo sangrento, potencia dominante no sul-ocidente asiático, já o tem claro. Não tão claro o tem Europa (já anotei que o mais inteligente para as elites europeias parece o “informe Draghi”, mas as resistências das elites estatais parece que vai ser forte).
E quedam-nos as grandes empresas multinacionais. Mais livres do que nunca ao afastar-se um mando único mundial? ou mais atadas à sua “região económica”?
Em qualquer caso, mala cousa para a esquerda, num mundo em que vão aumentar os conflitos “estatais” entre as elites das potencias: Imos ter que ser patriotas e defender as “nossas industrias”? Creio que toca pensar que Europa propomos. Não nos vale Draghi (e menos a Europa que temos agora).
Bem sei que hai mais (extrema direita, feminismo, cambio climático, Elão Mask…) mas, isso já o irei tocando.
Pois a ver o que vou acertando e falhando (temo-me que mais do segundo). O propósito é ir entendendo o mundo. Passo necessário para cambia-lo.
E se alguém me lê e quere comentar e debater algo, pois vale.
2 comentarios en “O fim da globalização?”